quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para "cervejar".

O Cerve Já está atualizando seus conteúdos e divulgando os blogs e sites da galera cervejeira no Brasil. Artesanal, claro!
Outros links interessantes são os de onde comprar insumos e equipamentos para "cervejar" em casa.


Quem quiser ajudar esse ordinário blogueiro que vos escreve a provar algumas cervejinhas artesanais, só falar. A gente já coloca a opinião da sua cerva aqui mesmo.

Grande abraço!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Queijos e cerveja!

Olá pessoal,

o colega do blog Gastrolândia fez uma postagem pra lá de interessante. Além de queijos e vinhos, agora temos tb queijos e cervejas. Não pensem que é algum gaiato que está querendo inventar moda, pelo contrário, a ideia foi passada por "Garrett Oliver, um dos maiores expert em cervejas do mundo e mestre-cervejeiro da Brooklyn Brewery, que começa a ser vendida no Brasil através da importadora BrazilWays.", diz a reportagem.


Vou manter o post do Gastrolândia para não tirar deles o mérito da matéria, mas posto aqui as harmonizações para que fique nos arquivos do Cerve Já para consulta e para ampliar a divulgação dessa tendência que já é sucesso lá fora.



PEQUENO GUIA DE HARMONIZAÇÃO DE CERVEJA E QUEIJOS
1. Como rega geral, harmonize:
* cervejas delicadas e leves com queijos idem
* cervejas maltadas com nozes e queijos maturados.
* cervejas amargas com queijos salgados
* cervejas mais doces e fortes com queijos azuis
2. Use sempre pães ou torradas “puros”, sem sabor ou ervas, para não alterar a percepção da combinação queijo/cerveja
3. Queijos em saladas de folhas vão bem com…India Pale Ale 
4. Feta, queijo de cabra e mussarela frescas vão bem com… (weiss)
5. Mascarpone, queijos cremosos de vaca vão bem com… Lambic de fruta6. Muenster, Havarti e Monterey Jack vão bem com… Pilsners
7. Queijos maturados de ovelha e Cheddar vão bem com… Brown Ales
8. RoquefortStilton vão bem com… belga forte (trapista)9. GruyèreEmmental Suíço vão bem com… Bock Beer, Lagers escura
10. Parmesão, Pecorino Romano vão bem com… Pale Ales Ales e Amber Ale
11. Gouda, Gruyère maturadoChimay vão bem com… Stout


Reportagem original: http://gastrolandia.uol.com.br/consumo/esqueca-o-velho-queijo-e-vinho-o-negocio-e-queijo-e-cerveja/

Não deixem de acessar. Há vídeos com o mestre-cervejeiro e mais!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Funcionários da Carlsberg fazem greve por proibição de beber cerveja no trabalho (O Globo)

Fonte: O Globo online


Centenas de funcionários da fábrica da Carlsberg na Dinamarca entraram em greve por causa da proibição de beber cerveja na hora do trabalho e restringiu a cerveja à hora do almoço. Antes, existiam geladeiras com garrafas de cervejas espalhadas pela fábrica. A Carlsberg - quarta maior empresa de cerveja do mundo - vinha estudando uma nova política de álcool há anos e instituiu as novas regras no dia 1º de abril.
- Havia cerveja, água e refrigerante de graça em todos os lugares. Mas as cervejas foram removidas da geladeira. O único lugar em que poderão beber cerveja agora é na cantina, na hora do almoço - disse o porta-voz da Carlsberg, Jens Bekke, acrescentando que a única proibição antes é que os funcionários não poderiam estar bêbados.
- Cabia a cada um ser responsável - afirmou.
De acordo com o porta-voz, 800 funcionários não trabalharam na quarta-feira e 250 na quinta-feira. Os motoristas da Carlsberg aderiram à greve em apoio aos funcionários da fábrica, ainda que, pelas novas regras, continuem a ter direito a retirar três garrafas de cerveja da cantina. Segundo o porta-voz, existe um cadeado na ignição dos caminhões que impede que os motoristas dirijam embriagados.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Devassa bem loura - presta? Nossa opinião.

Olá pessoal.

Vamos falar da cerveja do carnaval? (post publicado no site www.soudavila.com em fev/2010)
Na folia de Momo desse ano, tentaram seduzir-nos com mais uma loura. Com muita sensualidade, a Devassa bem loura chegou querendo roubar todas as atenções. A Devassa foi uma cervejaria independente criada por dois carinhas daqui do Rio que gostam de aventuras empresariais. Nasceu com toda pompa de cerveja artesanal, de fato conseguiu enveredar por esse caminho e produziu exemplares interessantes. A cervejaria Schincariol a comprou e a integrou ao seu portifólio. Mas é aquela coisa, né? A Nova Schin não entra de jeito nenhum no gosto popular, nem trocando rótulo, fórmula ou jargão de cervejão. A jogada foi de marketing mesmo. Emplacar uma cerva popular é preciso e nenhum momento seria mais favorável que o carnaval, com calorzão e um monte de mulherão. Na festa profana, nada mais “adequado” que uma cerveja Devassa.
Mas vamos ao que interessa. Presta?
Queridos amigos, é uma cerveja popular, barata e tão sem gosto como qualquer outra que já tínhamos. A bem loura é bem ruim também. Experimente. Faça o seguinte teste, compre uma long neck de Devassa Loura (do rótulo amarelo) e uma latinha de Devassa bem loura. Tire suas conclusões. A minha opinião?

Se quiser uma loura de verdade, prefira a natural e devasse o coração das “industrializadas”.

Abraços,

Imfernandes

Brevíssima história da cerveja

Há cerca de 10 mil anos, o homem antigo descobriu, por acaso, o processo de fermentação, no que surgiram, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas. Mais tarde, a cerveja era produzida inicialmente pelos padeiros, devido a natureza dos ingredientes que utilizavam: leveduras e grãos de cereais. A cevada era deixada de molho até germinar e, então, moída grosseiramente, moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados fermentar.

Há evidências de que a prática da cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia onde a cevada cresce em estado selvagem. Os primeiros registros de fabricação de cerveja têm aproximadamente 6 mil anos e remetem aos Sumérios, povo mesopotâmico. A primeira cerveja produzida foi, provavelmente, um acidente. Documentos históricos mostram que em 2100 a.C. os sumérios alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida de cereais. Na Suméria, cerca de 40% da produção dos cereais destinavam-se às cervejarias chamadas "casas de cerveja", mantida por mulheres. Os egípcios logo aprenderam a arte de fabricar cerveja e carregaram a tradição no milênio seguinte, agregando o líquido à sua dieta diária.
A cerveja produzida naquela época era bem diferente da de hoje em dia. Era escura, forte e muitas vezes substituía a água, sujeita a todos os tipos de contaminação, causando diversas doenças à população. Mas a base do produto, a cevada fermentada, era a mesma.
A expansão definitiva da cerveja se deu com o Império Romano, que se encarregou de levá-la para todos os cantos onde ainda não era conhecida. Júlio César era um grande admirador da cerveja e, em 49 a.C., depois de cruzar o Rubicão, ele deu uma grande festa a seus comandantes, na qual a principal bebida era a cerveja. A César também é atribuída a introdução de cerveja entre os britânicos, pois quando ele chegou à Britânia, esse povo apenas bebia leite e licor de mel. Através dos romanos a cerveja também chegou à Gália, hoje a França.
E foi aí que a bebida definitivamente ganhou seu nome latino pelo qual conhecemos hoje. Os gauleses denominavam essa bebida de cevada fermentada de “cerevisia” ou “cervisia” em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade.
Na Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja que, até então, era uma atividade familiar, como cozer o pão ou fiar o linho. Pouco a pouco, à medida que cresciam os aglomerados populacionais e que se libertavam os servos, entre os séculos VII e IX, começaram a surgir artesãos cervejeiros, trabalhando principalmente para grandes senhores e para abadias e mosteiros. O monopólio da fabricação da cerveja até por volta do século XI continuou com os conventos que desempenhavam relevante papel social e cultural, acolhendo os peregrinos de outras regiões. Por isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma cervejaria. Os monges por serem os únicos que reproduziam os manuscritos da época, puderam conservar e aperfeiçoar a técnica de fabricação da cerveja.
Com o aumento do consumo da bebida, os artesãos das cidades começaram também a produzir cerveja, o que levou os poderes de públicos a se preocupar com o hábito de se beber cerveja. As tabernas ou cervejarias eram locais onde se discutiam assuntos importantes e muitos negócios concluíam-se entre um gole e outro de cerveja. A partir do séc. XII pequenas fábricas foram surgindo nas cidades européias e com uma técnica mais aperfeiçoada, os cervejeiros já sabiam que a água tinha um papel determinante na qualidade da cerveja. Assim a escolha da localização da fábrica era feita em função da proximidade de fontes de água muito boa.
Com a posterior invenção de instrumentos científicos (termômetros e outros), bem como o aperfeiçoamento de novas técnicas de produção, o que bebemos hoje é uma agregação de todas as descobertas que possibilitaram o aprimoramento deste nobre líquido.

Fonte: Site Brejas

Então pessoal, não dava para ficar na alienação e não saber de onde vem a nossa refrescante bebida, não é mesmo?
Uma coisa que não é mencionada nesse texto é o lúpulo. Ingrediente hoje presente na maioria das cervejas do mundo em maior ou menor grau, essa plantinha trepadeira tem uma imensa gama de sub-tipos e este altera o gosto da bebida. Mas o lúpulo não entra na história da cerveja para dar gosto ou aroma, a planta era utilizada para a conservação da bebida em grandes viagens, pois ela tem poder conservante. No entanto, foi-se descobrindo que havia muito mais do que um conservante envolvido naquele processo e há hoje em dia cerveja (e cervejeiros) super lupulados!! Um tipo de cerveja que se tornou bastante famosa são as Indian Pale Ale (IPA), durante as viagens britânicas de colonização da índia, não haviam geladeiras e frigobares e precisava-se conservar a bebida. Como a viagem era longa, precisava-se de mais lúpulo que o usual. Nascia aí um tipo de cerveja muito apreciada ao redor do mundo.

Cerveja também é cultura!!

Saúde amigos!

Imfernandes

Skol - Desce redondo?

Olá pessoal.
Primeiramente um 2010 de muitas alegrias e paz para todos aqui e que possamos brindar com mais frequência a harmonia do mundo.

O primeiro post do ano vai para a cerveja mais popular (?) do país - a Skol.
Você conhece a história dessa cerveja? O que acha dela? - Nos escreva.

Curiosamente, a Skol não é originalmente uma cerveja brasileira. Ela foi lançada em 1964 na Europa pela dinamarquesa Carlsberg (Aquela que estampa seu patrocínio nas camisas do Liverpool) e chegou ao Brasil em 1967 pela cervejaria Rio Claro, que adquiriu seus direitos por aqui. A Skol obteve grandes resultados lá fora, ficou famosa e caiu no gosto popular
Não demorou muito e a cervejaria carioca Brahma adquiriu a marca para uso no país.

A Skol sempre foi uma cerveja de vanguarda no que diz respeito a marketing e embalagens. A partir da década de 70 começou a revolucionar o mercado brasileiro de cerveja com o lançamento da primeira lata em folha de flandres (1971); a primeira lata em alumínio (1989), permitindo a conservação da cerveja gelada por muito mais tempo; a embalagem long neck com tampa de rosca e a de lata de 500ml (conhecida como latão da SKOL) em 1993; a nova versão da embalagem long neck de 355ml, dentro do padrão internacional para embalagens descartáveis, em 1996; e a primeira lata com boca redonda em 1997. 
Isso sem falar nos inúmeros festivais de música associados a marca.

E você sabe o que significa "Skol"?
Na língua sueca, Skol (escreve-se skål) significa “à sua saúde”, expressão que muita gente usa antes de fazer um brinde.

Mas e aí, só isso faz dela uma super cerveja? 
Depende do ponto de vista. Se for o do marketing, não tenho  dúvidas. Ainda mais que a marca agora é da Inbev, a maior cervejaria do mundo fruto da união da já gigante AmBev com a Interbrew belga.
Porém, em termos de sabor não é bem assim. A minha opinião (e é somente MINHA - ainda que muitos possam compartilhar) é que falta sabor de cerveja nesse líquido. Sua coloração é muito clara, o que é comum nas cervejas muito leves, seu cheiro é metalizado - principalmente quando está na temperatura ideal para apreciação de cervejas, que não é estupidamente gelada - e na boca tem muito, muito pouco gosto de malte, lúpulo ou qualquer outro componente da cerveja que não a água. A Skol não é uma aberração do mundo, é uma tendência que, infelizmente, domina o mundo. Estamos cada vez mais bebendo cervejas piores. A Skol é designada na AmBev (soube de um funcionário de lá) como cerveja de preço, ou seja, importa é seu preço baixo e não exatamente sua qualidade. Assim também são designadas a Brahma e a Antártica. Mas tome Budweiser (EUA), Quilmes (ARG), Dos Equis XX (MEX), etc e terá a mesma sensação - há muito pouco de Cerveja (com "C" maiúsculo) nessas marcas. Cerveja para ficar doidão e não para sentir prazer com seus aromas e gosto. 

A Skol ainda hoje é comercializada lá fora e continua a mesma.
Skol em uma prateleira autríaca. 

Meta o nariz só onde é chamado - O nariz e os aromas

Amigos, hoje precisamos questionar alguns padrões. Não raro, quando queremos tomar uma cerveja decente, bem elaborada, com aromas e sabores, chega aquele nosso amigo machão já mandando o “Dudu Nobre” (Ah, pára de frescura!). Pois é, aquela história, vinho é coisa de fresco. Enfia o nariz no copo, inspira, sente o aroma, coloca na boca, bochecha, engole e ainda diz que está analisando o retrogosto (Putz, quanta viadagem!). Mas e o que falar da cerveja? (Cerveja é coisa de macho, “mérmão”!)
Vivemos hoje numa época em que o nariz é um órgão desprezível. Usamo-o mais como peça de decoração do que por sua função, identificar cheiros. Era assim quando éramos só animais “irracionais”. (Ih, que papo é esse...) Mas usar o nariz atualmente para tal instintiva função virou algo quase inconcebível! Não estamos falando só de bebidas. Leve seu amigo machão para uma loja de perfumes, ambiente sabe-se lá porque reconhecidamente feminino, como se não vendessem fragâncias masculinas ali, e provavelmente ele não se sentirá à vontade cheirando fitinhas de papel para identificar que cheiro mais o atrai. (Me atrai é cheiro de calcinha, morou?) Identificar notas (é música essa porra?), aromas diferentes em uma mesma porção, etc. não é obviamente o papel do macho. (É isso aí, agora tô sentindo firmeza, mano!)
O que você sente quando cheira um copo de cerveja? (Cheiro de cerveja.) É a resposta mais comum mesmo. E consumir a cerva estupidamente gelada serve para que não possamos sentir mesmo aroma algum mesmo, caso contrário, o cheiro de ovo metalizado poderia te afastar da bebida. Claro, estamos falando daquela cerveja de massa. Não é questão de elitismo e sim de economia. Tem muita gente preocupada em beber muito ao invés de beber bem. O lance é ficar doidão, não tomar cerveja. Para essas pessoas o nariz talvez não sirva nem para respirar caso não incomode ficar de boca aberta. (Ih, qual é mano, tá me tirando?)
Nariz bom, pelo menos para os “antigos”, é nariz sensível a maior variedade de cheiros. Era assim que o homem da antiguidade podia prever algumas coisas. Com a evolução, o olfato foi deixando de ser um sentido essencial. Não precisamos mais do cheiro de chuva para saber que vai chover, pois temos meteorologistas, tampouco precisamos nos preocupar com o cheiro da comida podre, pois nossos institutos de vigilância sanitária são infalíveis(ou não?). Para os cheiros do perigo como algo queimando, gás vazando etc, já temos sensores que tornam nossos narizes preguiçosos. Então, não é de se admirar que quando você inale um copo de cerveja não sinta absolutamente nada, mesmo que a cerveja seja boa! (Que papo de maluco. “Nós viemos aqui para beber ou para conversar?” hehehe – comercial antigão da Kaiser) A sensibilidade é pré-requisito básico para quem quer usufruir da qualidade em detrimento da quantidade, e detalhe, EM QUALQUER INSTÂNCIA. (Ãhn... o que é instância?) (Só sei do seguinte, essa letra de sensibilidade é coisa de boiola). Funciona mais ou menos assim, você numa mesa de bar com seus amigos machões defendendo que jogador bom mesmo é o Souza do timão, o El Loco do Botafogo e o Obina do galo (Todo mundo sabe que Obina é melhor que o Eto'o!) e que Zico, Pelé, Dinamite, Sócrates e Nilton Santos, jogadores de toque refinado e extrema sensibilidade no jogo (Ah!!!! No jogo!!!), são desnecessários ao bom futebol. Soa ridículo? (Bagarai...)
No dia que o nariz voltar para a sua função original, repito, sentir cheiros, vamos passar a dar mais valor para a qualidade. Claro, isso se seu negócio for beber uma boa cerveja, ou vinho, ou até mesmo cachaça. Já se for ficar doidão... bom... de repente podemos discutir os aromas de um sonrisal. (Pô, brother, me emocionei, tô até fungando... dá licença que vô pegar um lenço.)

Abraços!

Imfernandes