quarta-feira, 7 de abril de 2010

Meta o nariz só onde é chamado - O nariz e os aromas

Amigos, hoje precisamos questionar alguns padrões. Não raro, quando queremos tomar uma cerveja decente, bem elaborada, com aromas e sabores, chega aquele nosso amigo machão já mandando o “Dudu Nobre” (Ah, pára de frescura!). Pois é, aquela história, vinho é coisa de fresco. Enfia o nariz no copo, inspira, sente o aroma, coloca na boca, bochecha, engole e ainda diz que está analisando o retrogosto (Putz, quanta viadagem!). Mas e o que falar da cerveja? (Cerveja é coisa de macho, “mérmão”!)
Vivemos hoje numa época em que o nariz é um órgão desprezível. Usamo-o mais como peça de decoração do que por sua função, identificar cheiros. Era assim quando éramos só animais “irracionais”. (Ih, que papo é esse...) Mas usar o nariz atualmente para tal instintiva função virou algo quase inconcebível! Não estamos falando só de bebidas. Leve seu amigo machão para uma loja de perfumes, ambiente sabe-se lá porque reconhecidamente feminino, como se não vendessem fragâncias masculinas ali, e provavelmente ele não se sentirá à vontade cheirando fitinhas de papel para identificar que cheiro mais o atrai. (Me atrai é cheiro de calcinha, morou?) Identificar notas (é música essa porra?), aromas diferentes em uma mesma porção, etc. não é obviamente o papel do macho. (É isso aí, agora tô sentindo firmeza, mano!)
O que você sente quando cheira um copo de cerveja? (Cheiro de cerveja.) É a resposta mais comum mesmo. E consumir a cerva estupidamente gelada serve para que não possamos sentir mesmo aroma algum mesmo, caso contrário, o cheiro de ovo metalizado poderia te afastar da bebida. Claro, estamos falando daquela cerveja de massa. Não é questão de elitismo e sim de economia. Tem muita gente preocupada em beber muito ao invés de beber bem. O lance é ficar doidão, não tomar cerveja. Para essas pessoas o nariz talvez não sirva nem para respirar caso não incomode ficar de boca aberta. (Ih, qual é mano, tá me tirando?)
Nariz bom, pelo menos para os “antigos”, é nariz sensível a maior variedade de cheiros. Era assim que o homem da antiguidade podia prever algumas coisas. Com a evolução, o olfato foi deixando de ser um sentido essencial. Não precisamos mais do cheiro de chuva para saber que vai chover, pois temos meteorologistas, tampouco precisamos nos preocupar com o cheiro da comida podre, pois nossos institutos de vigilância sanitária são infalíveis(ou não?). Para os cheiros do perigo como algo queimando, gás vazando etc, já temos sensores que tornam nossos narizes preguiçosos. Então, não é de se admirar que quando você inale um copo de cerveja não sinta absolutamente nada, mesmo que a cerveja seja boa! (Que papo de maluco. “Nós viemos aqui para beber ou para conversar?” hehehe – comercial antigão da Kaiser) A sensibilidade é pré-requisito básico para quem quer usufruir da qualidade em detrimento da quantidade, e detalhe, EM QUALQUER INSTÂNCIA. (Ãhn... o que é instância?) (Só sei do seguinte, essa letra de sensibilidade é coisa de boiola). Funciona mais ou menos assim, você numa mesa de bar com seus amigos machões defendendo que jogador bom mesmo é o Souza do timão, o El Loco do Botafogo e o Obina do galo (Todo mundo sabe que Obina é melhor que o Eto'o!) e que Zico, Pelé, Dinamite, Sócrates e Nilton Santos, jogadores de toque refinado e extrema sensibilidade no jogo (Ah!!!! No jogo!!!), são desnecessários ao bom futebol. Soa ridículo? (Bagarai...)
No dia que o nariz voltar para a sua função original, repito, sentir cheiros, vamos passar a dar mais valor para a qualidade. Claro, isso se seu negócio for beber uma boa cerveja, ou vinho, ou até mesmo cachaça. Já se for ficar doidão... bom... de repente podemos discutir os aromas de um sonrisal. (Pô, brother, me emocionei, tô até fungando... dá licença que vô pegar um lenço.)

Abraços!

Imfernandes

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